

A fotógrafa
LLenia Vidal
Amo a terra, e reconheço no meu sentir o valor e importância do bioma do Cerrado.
Um pouco da origem deste projeto.
Eu sou LLenia Vidal, fotógrafa e artista visual nascida no Chile. Estudei fotografia na "Escola de Foto Arte de Chile". Fui professora na área de fotografia no "Instituto Profesional Los Leones" em diferentes matérias, entre elas a do Laboratório Preto e Branco, técnica em que iniciei a experimentação da minha expressão visual e com a qual participei de algumas amostras coletivas.
Desde muito jovem sempre tive um grande amor pela natureza e pelas culturas ancestrais. Isto me levou a realização de um projeto de investigação sobre arte rupestre em América do sul, viajando de moto com um companheiro artista durante 8 meses entre Bolivia e Brasil. Foi nesse caminho que tive a possibilidade de conhecer o Cerrado, na Chiquitania Boliviana.
Mas, o lugar onde realmente ele me impactou foi quando decidi ficar numa pequena comunidade indígena, o "Santuário dos Pajés" que lutava pela demarcação da sua terra no centro de Brasília, no ano 2008. Aqui é onde realmente nasceu minha história de amor com este bioma.
Como explicar o que eu sentia ao entrar nesse mato?
Quando andava pela capital do Brasil, com essas incríveis arquiteturas futuristas paralelamente mergulhava numa terra pré-histórica. Era tanta informação nova de como experimentava o clima, a vegetação, os cheiros da terra depois da chuva, que comecei a distinguir um sentimento peculiar neste lugar, algo que nunca senti mesmo andando por paisagens incríveis no meu caminho rupestre.
Teve a sorte de caminhar muitas vezes por esse mato no meio da cidade junto ao Pajé Santxi-ê, que nos ensinava sobre as plantas e suas medicinas, da importância das águas, dos aquíferos, e que lutou como ele dizia até a última árvore. Entre o novo que vivenciava, também estava a conexão com muitos indígenas de diferentes lugares do Brasil que chegavam no santuário, contando ao redor da fogueira suas historias e lutas, sempre com um sentimento em comum: o amor e respeito pela mãe terra. Enquanto ía assimilando tão rica experiência, um amor profundo pelo Cerrado se revelava em mim, não só pelo que eu estava conhecendo, mas também pela consciência que chegava sobre a importância deste bioma para o Brasil e pra América.
Depois de muito tempo e de intentos de projetos que não se realizaram, de me dedicar a minha maternidade, viajar e mudar da cidade, o ano 2023 teve a oportunidade de me reencontrar com a magia do Cerrado, mas desta vez foi no IBC (Instituto Bioregional do Cerrado) em Alto Paraíso de Goiás, lugar que já conhecia depois de participar no ECCO (Encontro pela resiliência planetária) no ano 2017.
Pouco a pouco o sentimento novamente retornou, mas desta vez com ideias e sonhos que acredito posso realizar.
E assim nasceu "Cerrado Encantado" uma exposição itinerante e permanente, que tem como objetivo viajar por diferentes lugares, com a intenção de compartilhar a consciência da importância deste bioma mais ameaçado que Amazônia, e que pra muitos é desconhecido.
O projeto tem a finalidade de expor imagens e audiovisuais, direcionando uma parte da venda das imagens pra os planos de preservação do IBC, pra suas RPPNs (Reserva Privada de Preservação Natural) que como muitas não tem apoio do governo e trabalha na conservação e restauração do Cerrado em Alto Paraíso de Goiás.
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